A Primavera estava a chegar e os primeiros raios de sol começavam a dar o ar da sua graça. Agora que havia mais sol que chuva, mais calor que frio e que os dias adormeciam cada vez mais tarde, eram muitos os meninos que vinham a pé para casa. Naquela escola estudavam oito crianças, todas do mesmo prédio. Os pais haviam concordado em deixar que os filhos regressassem juntos no fim das aulas. Afinal de contas, estavam cada vez mais crescidos e os mais velhos podiam tomar conta dos mais novos.
A Joana estava quase a fazer 10 anos e era a mais velha do grupo e sentia-se verdadeiramente responsável por todos os outros. A Maria, com oito anos, era uma sonhadora e apenas queria brincar com bonecas. A Sofia tinha sete anos e era uma amante da natureza. Desde muito cedo que tinha aprendido a respeitar todos os animais que viviam na quinta dos avós e era apaixonada por flores!
O António, o Francisco, o Rui, o Pedro e o Gustavo eram os cinco rapazes do grupo. Traquinas, brincalhões e divertidos como manda a tradição. Eram a verdadeira dor de cabeça da Joana que não se podia descuidar, sobretudo no momento de atravessar a passadeira que tinha mesmo junto à escola.
O que eles não sabiam é que havia sempre um adulto a vigiar as viagens deles, mas conforme prometido, ficava num sítio onde as crianças não o pudessem ver porque a ideia era mesmo dar-lhes liberdade, fazendo-os entender a importância da responsabilidade.
A rua era pouco movimentada e os pais daquele prédio estavam empenhados em partilhar com os filhos as memórias de quando, também eles, brincavam na rua e faziam o trajeto a pé. Sem medos, nem receios.
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