Bem cedo, partimos de Amarante em direção às freguesias de Avintes e Vilar de Andorinho, onde o Parque Biológico se estende pelo vale do rio Febros, um afluente da margem esquerda do Douro. Na proximidade espalham-se velhas casas rurais, moinhos e engenhos de buchas.
“Mostrar a natureza próxima da cidade, sem fazer porém uma reserva natural; mostrar a fauna, sem fazer porém um jardim zoológico; mostrar a flora selvagem, sem fazer porém um jardim botânico e reservar e mostrar o património cultural, sem fazer porém um museu ou eco-museu” – foram as premissas deste Parque que a Câmara Municipal de Gaia instalou em 1983.
Na verdade, desengane-se quem pensa que vai ao Zoo, conforme o conhecemos. O Parque Biológico de Vila Nova de Gaia é o primeiro centro permanente de Educação Ambiental do país e consiste numa área agro-florestal deste concelho, com 35 hectares, onde vivem em estado selvagem centenas de espécies de animais e plantas.
Deambular por este Parque é apelar à compreensão, da paisagem da região, incluindo todos os seus componentes (flora, fauna, clima, arquitetura rural, usos e costumes, hidrografia, etc.) e do contraste entre essa paisagem agro-florestal, que se preserva no Parque, e a envolvente urbana. Por isso entendemos quando nos dizem que o Parque é, “antes de mais, um memorial da paisagem da região, que está a perder as suas características em favor da construção”.
Mas o Parque é, também, uma pequena reserva natural de fauna e flora, mais de 40 espécies de aves selvagens nidificam no Parque e outras tantas visitam-no durante as migrações. Os troços da paisagem são magníficos ao longo dos três quilómetros de extensão.
No Parque Biológico, mais importante do que aprender o nome das árvores ou das aves, é perceber o contraste, largar a estrada e entrar nos caminhos, deixar para trás o barulho dos carros e ouvir os pássaros e o marulhar do rio Febros. Mergulhados neste paraíso somos tentados a abrir os olhos e os espíritos para a necessidade de planear o território, de manter amplos espaços verdes nas cidades, de proteger os rios, a fauna, a flora e a construção tradicional.
“Mamã, espera aí que agora vamos procurar cobras e tu tens medo!” – sorte a minha que não vi nenhuma, azar o deles que querem muito assustar-me! Ainda não foi desta! Havemos de voltar!
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