#umdiavamosdesconfinar - Parque Biológico de Gaia


O Parque Biológico de Gaia merece uma visita! Dizemos nós e os meninos concordam! Ainda hoje agradecemos à Sara, a menina do Manual de Português do meu filho que trouxe como TPC a leitura do texto. Foi amor à primeira vista. Lemos o texto e dissemos em uníssono: domingo vamos ao Parque Biológico de Gaia e assim foi!

Bem cedo, partimos de Amarante em direção às freguesias de Avintes e Vilar de Andorinho, onde o Parque Biológico se estende pelo vale do rio Febros, um afluente da margem esquerda do Douro. Na proximidade espalham-se velhas casas rurais, moinhos e engenhos de buchas.

“Mostrar a natureza próxima da cidade, sem fazer porém uma reserva natural; mostrar a fauna, sem fazer porém um jardim zoológico; mostrar a flora selvagem, sem fazer porém um jardim botânico e reservar e mostrar o património cultural, sem fazer porém um museu ou eco-museu” – foram as premissas deste Parque que a Câmara Municipal de Gaia instalou em 1983.

Na verdade, desengane-se quem pensa que vai ao Zoo, conforme o conhecemos. O Parque Biológico de Vila Nova de Gaia é o primeiro centro permanente de Educação Ambiental do país e consiste numa área agro-florestal deste concelho, com 35 hectares, onde vivem em estado selvagem centenas de espécies de animais e plantas.

Deambular por este Parque é apelar à compreensão, da paisagem da região, incluindo todos os seus componentes (flora, fauna, clima, arquitetura rural, usos e costumes, hidrografia, etc.) e do contraste entre essa paisagem agro-florestal, que se preserva no Parque, e a envolvente urbana. Por isso entendemos quando nos dizem que o Parque é, “antes de mais, um memorial da paisagem da região, que está a perder as suas características em favor da construção”. 

Mas o Parque é, também, uma pequena reserva natural de fauna e flora, mais de 40 espécies de aves selvagens nidificam no Parque e outras tantas visitam-no durante as migrações. Os troços da paisagem são magníficos ao longo dos três quilómetros de extensão. 


Pudemos fruir da Natureza em estado puro e ainda nos maravilhámos com os divertidos furões, vimos águias e gaivotas a voar e ainda encontrámos “as galinhas da avó Lurdes” que, diziam eles, tinham viajado até ali! Já a meio do percurso esforçámo-nos para ver a raposa mas ela, matreira como sempre, não quis dar o ar da sua graça e permaneceu escondida. Os esquilos encantaram com o seu ar amoroso a trepar pelas árvores e os gamos revelaram-se uns verdadeiros sedutores! Pelo caminho somos surpreendidos pelas bouças, pelos campos de cultivo, os caminhos vicinais, as casas rurais, os moinhos, o ribeiro, os muros, as noras, os açudes, a fauna selvagem e a flora espontânea…

No Parque Biológico, mais importante do que aprender o nome das árvores ou das aves, é perceber o contraste, largar a estrada e entrar nos caminhos, deixar para trás o barulho dos carros e ouvir os pássaros e o marulhar do rio Febros. Mergulhados neste paraíso somos tentados a abrir os olhos e os espíritos para a necessidade de planear o território, de manter amplos espaços verdes nas cidades, de proteger os rios, a fauna, a flora e a construção tradicional.

“Mamã, espera aí que agora vamos procurar cobras e tu tens medo!” – sorte a minha que não vi nenhuma, azar o deles que querem muito assustar-me! Ainda não foi desta! Havemos de voltar!

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