A partir do terraço do hotel foi tempo para respirar o ar alentejano, já quente, que nos quis brindar bem cedo, apesar de ser final de outubro. Enchemos os pulmões de ar puro e voltámos a entrar para tomar o pequeno-almoço. Delicioso, por sinal. Mas o primeiro café do dia fizemos questão de o tomar na Praça do Giraldo, em jeito de despedida para partirmos então para Viana do Alentejo.
Continuamos por terras alentejanas e o próximo destino apresenta-se como uma pequena vila inicialmente chamada “Viana-a-par-de-Alvito”. Fomos às fontes históricas para perceber as origens. Ficámos a saber que remontam ao reinado de D. Afonso III, altura em que foi concedida a primeira carta de foral, que viria depois a ser renovada por D. Dinis.
O tempo era curto e, por isso, no roteiro incluímos apenas o Castelo de Viana do Alentejo, classificado como Monumento Nacional desde 1910. O castelo ergue-se no sopé sul do Monte de S. Vicente, assumindo uma posição dominante sobre a parte antiga da vila.
Fomos até lá e de lá avistámos toda a parte antiga da vila, comprovando a paisagem deslumbrante. É considerado, juntamente com o Castelo de Alvito, um dos mais notáveis conjuntos arquitetónicos fortificados que remontam ao final do período gótico.
Depois, foi tempo de restabelecer as energias, saboreando a gastronomia típica para, por fim, nos entregarmos à arte e ao artesanato.
O Fabrico de Chocalhos, considerado Património Cultural Imaterial a proteger, pela UNESCO, é uma arte singular que existe na região do Alentejo há mais de dois milénios. Não quisemos, portanto, deixar de conhecer este importante ofício que marca a identidade da região.
Uma arte que, felizmente, passa de geração em geração e que está particularmente preservada nos concelhos de Estremoz, Reguengos de Monsaraz e Viana do Alentejo.
O centro de fabrico principal situa-se na freguesia de Alcáçovas, onde também se pode visitar o Museu do Chocalho, que apresenta uma coleção particular, com mais de três mil peças recolhidas ao longo de 60 anos.
Para quem não conhece, o chocalho português é “um instrumento de percussão tradicional, com um som inconfundível e um papel fundamental na paisagem sonora das áreas rurais, sobretudo onde ainda se pratica o pastoreio”.
Em Portugal existem apenas 13 mestres no fabrico do chocalho, localizados no Alentejo, onde está a maioria, e nos concelhos de Bragança, Tomar, Cartaxo e Angra do Heroísmo.
A nossa visita foi ao “Chocalhos Pardalinho” onde o mestre nos disse que “Ter um Chocalho Pardalinho é possuir um fragmento de História, de uma Identidade e de uma Tradição”. Não podíamos estar mais de acordo!
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