Sendo um dos mais importantes sítios de arte rupestre do mundo, o Vale do Côa é ainda o mais importante local com arte rupestre paleolítica ao ar livre. A somar a isto, ainda temos o Alto Douro Vinhateiro, a mais antiga região demarcada que oferece uma paisagem singular e que a UNESCO incluiu na lista do Património da Humanidade.
Pelo caminho, a fome aperta e, por isso, nada melhor que telefonar para o Turismo d’Aldeia Bairro do Casal e pedir recomendações. A vontade de chegar era muita, porém, o estômago já reclamava o aconchego de uma saborosa carne, com batatas fritas a acompanhar, regado por um bom vinho do Douro. Sem esquecer, a deliciosa sobremesa! Tudo feito por um jovem casal vindo de França por razões familiares e que se entregou de corpo e alma à “Petiscaria Preguiça”, na freguesia de Mós, em Vila Nova de Foz Côa, mesmo junto à ponte da ferrovia, Estação de Freixo de Numão-Mós do Douro.
Mas, voltemos à estrada! Depois do jantar já bem tardio, entrámos no carro e só parámos no Bairro do Casal. À nossa espera, a simpatia e hospitalidade de uma senhora da terra que agora vive na capital e que escapa para a aldeia sempre que pode. Escolhemos a “Casa Belmira”. Já cansados, foi tempo de dormir e retemperar energias.
No dia seguinte foi maravilhoso saborear o pequeno-almoço “em casa” com os olhos a absorver a paisagem deslumbrante e única do Douro. Rumámos depois até ao Museu do Côa que nos espera no topo da colina, com a foz do Douro a seus pés, correndo de encontro à Arte Pré-histórica do Vale do Côa.
O “pressuposto Único” do Museu é a sua perfeita “integração na paisagem“, convertendo-se o seu corpo, se bem que em “gesto forte e afirmativo“, numa marca “subtil, sensível à topografia, pouco modificando o perfil do monte e dialogante com a paisagem“ – pode ler-se na memória descritiva constante do anteprojecto de julho de 2005. Era noite de lua cheia. Seguimos num todo-o-terreno para uma fruição noturna, mergulhando na História, apreciando a beleza da arte paleolítica do Côa, exposta nas rochas visitáveis do Sítio da Penascosa. O rio tornou-se ainda mais visível e cintilante e os montes irrompiam, recortados na paisagem.
“Incidindo uma luz forte em posição rasante sobre as gravuras, criando efeitos de luz/sombra, conseguem-se destacar os motivos gravados, fazendo-os “emergir” da superfície da rocha. Movimentando a incidência da luz, é possível também realçar determinados motivos em relação a outros, “isolando-os” na aparente confusão criada pelas sobreposições intencionais de motivos, uma técnica de representação muito típica da arte paleolítica”, explicou-nos o guia.
Por momentos, foi tempo de parar e orar!
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